O mau hálito não é uma doença, mas um sintoma de que algo não vai bem no organismo. E, sim, tem tratamento. O primeiro passo é investigar o que está provocando esse odor desagradável na boca.
Calma, aquele mau hálito que costumamos ter pela manhã é normal. Mas se ele persistir ao longo do dia, é porque alguma coisa está errada.
Conhecido como halitose, o problema é constantemente alvo de brincadeiras maldosas e a pessoa com mau hálito se sente isolada, triste e insegura. Quem acompanha o reality show BBB 21 deve ter visto quando a Karol Conká fez um comentário ao participante Lucas Penteado, referindo-se a isso: "Calado, não quero ouvir tua voz, não quero sentir esse teu bafo hoje. E esse bafo não é normal. Esse mau hálito é de ruindade. Agora eu tô entendendo o motivo dele ter mau hálito forte, é de ruindade."
Um comentário totalmente equivocado. O mau hálito não está ligado à personalidade ou a comportamentos que dependem unicamente de ações e escolhas do indivíduo. Há quem diga que é exclusivamente consequência de atitudes relaxadas, descuidos com a higiene pessoal, como falta de escovar os dentes. Nada disso.
O mau hálito e suas classificações
A halitose pode ser classificada em dois tipos: subjetiva e objetiva. A primeira categoria está relacionada a transtornos psicológicos como depressão, somatização, epilepsia do lobo temporal e esquizofrenia. A pessoa acredita ter mau hálito, sente as consequências, mas não há sinais evidentes de que o problema realmente exista. Geralmente nem há halitose ou ela está controlada, mas isso não impede que a pessoa se isole por medo de incomodar os outros.
Já a halitose objetiva é caracterizada por um mau cheiro que é facilmente percebido por pessoas próximas e pode ser diagnosticada por especialistas. Neste caso, ela também pode fazer com que a pessoa fique retraída e sofra sérios problemas de convívio social, já que o cheiro está muito ligado às emoções.
O que provoca o mau hálito?
A vida moderna, por si só, já é um fator que pode desencadear a halitose. A agitação e o estresse emocional fazem com que cada vez mais adrenalina seja liberada no sangue, provocando inibição na produção de saliva, ressecamento da mucosa e, consequentemente, o aumento da descamação de células epiteliais, que se depositam na língua e servem de alimento para bactérias. No processo de decomposição, surge o mau cheiro.
Outro hábito que pode provocar o mau hálito é uma alimentação baseada em alimentos industrializados. Esse tipo de produto não promove o atrito necessário entre a língua e o palato, criando meios para a ação de bactérias.
Veja outros problemas que podem resultar no aparecimento do mau hálito:
- 8% dos casos são provocados por doenças otorrinolaringológicas e respiratórias (faringite, tonsilite, sinusite, corpo estranho na cavidade nasal ou sinusal, bronquite);
- 1% por doenças do sistema digestivo (refluxo gastroesofágico, infecção, cirrose);
- 1% outras origens (insuficiência renal, diabetes).
Mas em 90% dos casos, o mau hálito tem origem na própria boca.
O mau hálito provocado por problemas bucais
As cáries, doenças da gengiva e diminuição da salivação são alguns fatores que podem provocar o surgimento do mau hálito, por isso a importância de procurar um cirurgião-dentista qualificado para ter o diagnóstico correto e um tratamento adequado.
Você já deve ter visto que há pessoas com a língua esbranquiçada: isso é saburra lingual. A cor branca é um sinal de que a língua está com acúmulo de resíduos alimentares, bactérias e células resultantes da descamação dos tecidos da boca. O metabolismo bacteriano promove a liberação de gases (compostos sulfurados voláteis) responsáveis pelo mau hálito.
Por que a língua fica branca?
A mudança de cor da língua é o resultado da seguinte combinação:
Acúmulo de resíduos alimentares + diminuição do fluxo salivar + descamação anormal dos tecidos orais = saburra lingual
Já falamos sobre o acúmulo de alimentos na boca. Vamos agora analisar o que pode provocar a diminuição da produção de saliva:
- Pouco consumo de água
- Ingestão de determinados medicamentos
- Remoção das glândulas salivares
- Tratamentos com radioterapia
- Doenças sistêmicas
Há situações que, além de ter influência nesse fluxo, contribuem para o aumento da descamação dos tecidos orais:
- Uso de aparelhos dentários ortodônticos
- Hábitos como morder canetas, lábios e bochechas
- Ronco
- Respiração bucal
- Uso de enxaguantes bucais com álcool
- Problemas no sistema digestivo
- Refluxo gastroesofágico
- Doenças sistêmicas (como diabetes)
Outros problemas desencadeados pelo mau hábito
Há casos em que o mau hábito é o gatilho para outros problemas que o organismo pode desenvolver com a presença exagerada de bactérias alojadas na língua, como problemas no coração, estomacais, respiratórios e partos prematuros, por exemplo.
Nessas situações, é preciso que haja um tratamento conjunto entre o cirurgião-dentista e médicos de diferentes especialidades, para que essa desarmonia detectada seja sanada de todas as formas.
Como posso tratar a saburra lingual?
Há vários artifícios que podem e DEVEM ser usados para tratar a saburra lingual. O primeiro deles é a remoção mecânica, ou seja, a limpeza da língua com o uso de uma escova de dentes macia. O segredo é fazer movimentos circulares tanto no sentido horário, quando anti-horário, por toda a língua. O próximo passo é posicionar a escova na parte mais posterior da língua (o mais fundo possível, em direção à garganta) e arrastá-la para a ponta da língua, de trás para frente. Lembre-se de que é preciso fazer tudo isso com muito cuidado, para não agredir os tecidos da boca. A língua é um órgão delicado e a ideia não é limpá-la até sangrar.
Outra dica importante é beber bastante água e manter a boca sempre hidratada, para estimular a produção de saliva. Ela é um antisséptico bucal natural com agentes antibacterianos, que diminui o acúmulo de resíduos e tem papel essencial no enxágue da orofaringe. Com esses pequenos cuidados e a ajuda de um especialista, o mau hálito se torna um problema do passado.
Vamos fazer um teste rápido?
Dê uma olhada nas perguntas abaixo e pense para quais delas sua resposta é SIM:
- Toma bebidas alcoólicas mais de 2x por semana?
- Tem intestino preso?
- Fica muitas horas sem se alimentar?
- Tem diabetes?
- Sente sua boca seca com frequência?
- Sente gosto ruim mesmo após escovar os dentes?
- Não usa sempre o fio dental?
- Observa grãos amarelos ou brancos na garganta?
- Tem uma camada branca no fundo da língua?
- Usa enxaguantes que contenham álcool?
Se sua resposta foi afirmativa em pelo menos um dos casos, atenção: você tem chances de desenvolver a halitose. É hora de avaliar seus hábitos e evitar que esse problema cresça.
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